A Maternidade Odete Valadares (MOV) iniciou ontem (2) as comemorações referentes à Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) e ao Agosto Dourado. O evento de abertura teve a participação de gestantes, nutrizes, doadoras de leite e profissionais de saúde. Durante todo o mês de agosto vão ocorrer palestras, seminários e dinâmicas sobre o tema na unidade.
A coordenadora do Banco de Leite Humano (BLH) da MOV, Maria Hercília Barbosa, explicou, durante o evento, o porquê da cor dourada estar presente nas temáticas que envolvem aleitamento materno: “O leite humano é considerado o melhor alimento para o bebê, pois o protege de uma diversidade de doenças. Por isso, é considerado padrão ouro”, ressaltou.
Em 2017, o tema da SMAM – celebrada de 1º a 7 de agosto - é “Proteger a amamentação: construindo alianças sem conflitos de interesses”. A coordenadora do BLH salientou os objetivos relacionados à escolha desse tema e a necessidade da rede de apoio em torno da mulher que amamenta. “É necessário compreender a importância do trabalho conjunto entre governos, sistemas de saúde, locais de trabalho e comunidades, pois todos são responsáveis pelo aleitamento materno. Importante também reconhecer a diferença que cada indivíduo pode fazer atuando em prol da amamentação, além de construir alianças sem conflitos de interesses para fortalecer as politicas e programas de aleitamento materno e alimentação infantil e mobilizar e desenvolver ações para a promoção, proteção e apoio à amamentação”, destacou.
Histórias marcadas pelo Banco de Leite
O diretor da unidade, Francisco Viana, falou sobre o papel do Banco de Leite Humano da MOV na promoção do aleitamento materno. “O BLH completa 31 anos em 2017 e guarda muitas histórias. Faz parte, inclusive, da minha história pessoal: recentemente, minha filha recorreu à equipe do Banco de Leite para conseguir amamentar. E ela, quando nasceu, também recebeu auxilio dessa equipe. O BLH e a MOV têm reafirmado continuamente seu compromisso com aleitamento materno, marcando as histórias das nossas crianças e das nossas próprias vidas. Teremos um mês de muitas atividades, que irão contribuir na formação dos nossos profissionais”, disse.
O diretor da MOV, Francisco Viana, relatou sua história pessoal com o Banco de Leite Humano
O Banco de Leite Humano da MOV também fez parte da vida da gerente assistencial da unidade, Iara Marques Barbosa Chaves. Durante o evento, ela falou sobre sua experiência com amamentação. “Sou médica obstetra e trabalho nessa maternidade há quase 31 anos. Tive meus filhos já como trabalhadora da Fhemig. Só consegui manter o aleitamento exclusivo até os seis meses graças ao auxílio do BLH. Toda semana eu tinha dois plantões de 12 horas para cumprir. Então, eu tirava o leite, armazenava adequadamente e levava para casa, para amamentar. Só assim consegui trabalhar sem acrescentar nenhuma formula à alimentação da minha filha. E a amamentação é algo muito gratificante pois, até os seis meses, o bebê só precisa do alimento que nós mesmas produzimos. É uma sensação muito boa para mulher”, concluiu.
O evento contou ainda com um momento tira-dúvidas: mães e gestantes puderam fazer perguntas sobre aleitamento materno aos profissionais da MOV e do Banco de Leite Humano. Houve também apresentação teatral conduzida pela psicopedagoga e presidente do Comitê Interinstitucional de Aleitamento Materno, Vânia Lima, que, de forma lúdica e divertida, demonstrou aos presentes os impactos negativos que ocorreriam caso mamíferas como girafa, onça e gata deixassem de amamentar seus filhotes para oferecer leite de vaca. A conclusão do enredo foi de que cada espécie tem o melhor leite para alimentar seus filhotes.
A peça teatral sobre aleitamento envolveu, de forma divertida, trabalhadores, pacientes, acompanhantes, gestantes e doadoras
Experiências com amamentação e doação
Amamentação e doação de leite fazem parte da vida da manicure Daniela Fonseca e de seu filho, João, de 11 meses
A manicure Daniela Pereira da Fonseca é mãe do João, de 11 meses, e esteve presente na abertura do Agosto Dourado na MOV. Desde os três meses de vida do filho, ela é doadora do Banco de Leite Humano da Maternidade Odete Valadares. “Fiz o curso de amamentação no BLH quando estava grávida e, ali mesmo, já fiquei interessada em ser doadora. Como tenho muito leite, isso foi possível. Fico feliz em doar para os bebês que precisam”, contou.
A administradora Ana Cristina Caldas e a filha Laura, de quatro meses, no Agosto Dourado
A administradora Ana Cristina Caldas também marcou presença no evento junto à filha Laura, de quatro meses, que nasceu na MOV. “Quando estava grávida, eu vim à maternidade para conhecer onde ela nasceria e obter mais informações sobre aleitamento. Como tenho muito leite, bateu a vontade de ser doadora. Geralmente, a Laura mama em um peito e o leite do outro eu tiro para doar. Na semana que ela nasceu, eu estive no BLH duas vezes para tirar leite. Já cheguei a doar mais de dois litros por semana. Enquanto puder, vou amamentar. É um momento único, um milagre mesmo. Você vê a criança crescendo com o seu leite e vê a alegria no rosto do bebê. É um momento de entrega. Ela confia em mim e eu confio em alimentar”, relatou.