Em comemoração ao Dia Mundial do Combate a Aids, no dia 01 de dezembro, o Hospital Eduardo de Menezes (HEM), referência estadual em atendimento a pacientes com a doença e principal hospital em regime de internação em Minas, preparou uma programação especial, com palestras, durante todo o dia, sobre os aspectos clínicos da infecção pelo HIV e a adesão ao tratamento antirretroviral.
A abertura do evento aconteceu às 9h com o gerente administrativo, Euler Augusto Linhares Brazil, seguida por uma missa e palestra com o médico infectologista, Sidnei Rodrigues de Faria. As atividades da parte da tarde foram iniciadas, às 14h, pelo gerente assistencial, Marcelo Silva de Oliveira. A palestrante foi a farmacêutica, Jesiane Pereira Lucas. O encerramento foi feito pela Orquestra Vallourec.
“O Dia Mundial de Combate a Aids é fundamental para comemorarmos as conquistas e, principalmente, para lembrarmos que apesar de toda a evolução no combate a Aids temos que ficar alertas e tentarmos acabar com a epidemia”, afirma o gerente assistencial da unidade, Marcelo Silva de Oliveira.
O HEM conta, atualmente, com 84 leitos de enfermaria, dez leitos de CTI e oito leitos de Hospital Dia, além do serviço de atendimento domiciliar terapêutico para pacientes com HIV/Aids. Em média, são realizadas 600 consultas e 70 internações por mês, na unidade.
Apesar de ter havido uma redução no número de infectados em todo o mundo, nos últimos anos, segundo Oliveira, a epidemia está estagnada no Brasil. Dados do Ministério da Saúde indicam que cerca de 718 mil pessoas vivem com HIV no país, sendo que 150 mil desconhecem a situação.
De acordo com levantamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), nos últimos anos, Belo Horizonte registrou diminuição do número de novos casos da doença, passando de 636 diagnósticos, em 2012, para 593, em 2013. Este ano, até 6 de outubro, foram registrados 243 novos infectados.
A Aids é uma deficiência no sistema imunológico, associada com a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana HIV (Human Immunodeficiency Virus), provocando aumento na susceptibilidade a infecções oportunistas e câncer.
A transmissão do vírus pode acontecer pelo sangue, sêmen, secreção vaginal ou leite materno; durante relações sexuais homo ou heterossexuais, com penetração vaginal, oral ou anal, sem proteção de preservativo; por meio do compartilhamento de seringas; da transfusão de sangue contaminado; de instrumentos, não esterilizados, que cortam ou furam; e de mãe para filho, durante a gravidez, o parto ou a amamentação.
Lembrando que o vírus não é transmitido pelo beijo, abraço, toque, compartilhando talheres, utilizando o mesmo banheiro, pela tosse ou espirro, praticando esportes, ou na piscina e praia.
Atualmente, a terapia com os chamados “antirretrovirais” proporciona uma melhoria da qualidade de vida, além da redução da ocorrência de infecções oportunistas, redução da mortalidade e aumento da sobrevida dos pacientes.
Segundo o gerente assistencial do HEM, o medicamento é mais potente e atua nas diversas fases da multiplicação, interrompendo a replicação do vírus HIV. “Os antirretrovirais foram um avanço no tratamento, pois têm menos efeitos colaterais, menos comprimidos e podem ser usados uma única vez ao dia”, explica.
Apesar disso, ainda ocorrem muitas mortes em decorrência de complicações, principalmente de pacientes que não aderem ao tratamento ou que são diagnosticados tardiamente.