Dermatologia sanitária reúne profissionais em Congresso

Foto: Alexandra Marques
Autoridades compõem mesa durante abertura do 9º Congresso de Dermatologia

Realizado entre os dias cinco e oito de novembro, o 9º Congresso da Academia Brasileira de Dermatologia, evento que contou com o apoio da Rede Fhemig, reuniu, no Hotel Ouro Minas, cerca de 400 profissionais para discutirem temas de grande importância para a saúde pública. Dentre a ampla gama de questões abordadas se destacam a hanseníase, a Aids e a psoríase, doenças cujos portadores estão sujeito à estigmatização social.

Durante os quatros dias, paralelamente, também aconteceu o 10º Fórum Internacional sobre Envelhecimento Cutâneo, a 7ª Jornada da Liga Mineira de Dermatologia e o 1º Simpósio em Nutrologia. Na cerimônia de abertura, o diretor do Hospital Eduardo de Menezes (HEM), da Rede Fhemig, recebeu homenagem especial por seu apoio ao Serviço de Dermatologia Sanitária da instituição.

Ampla abordagem

Presidente do evento, a médica dermatologista e preceptora da Residência Médica em Dermatologia do HEM, Sandra Lyon, ressaltou que os profissionais da dermatologia devem ter uma atuação que contemple tanto o aspecto sanitarista, quanto o da estética, de modo a torná-los sensíveis às demandas de um país com características tão complexas como o Brasil, no qual, doenças como a hanseníase ainda têm uma ocorrência significativa. “As questões estéticas e sanitárias têm que caminhar pari passu”, completa.

Hanseníase

A diretora acadêmica do Centro de Medicina Especializada, Pesquisa e Ensino e coordenadora do painel sobre hanseníase, Maria Aparecida Grossi, salienta que, todos os anos, o Congresso tem priorizado as questões da saúde pública. “A demanda pelas questões estéticas é muito grande, mas o Congresso deseja mostrar que não é a estética pela estética”. Os profissionais devem preservar a visão social.

Diminuição de casos

No mundo inteiro é registrada a diminuição de casos de hanseníase. O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de incidência da doença. No entanto, o tema permanecerá como objeto de atenção por décadas, pois as taxas de prevalência diminuem em um ritmo menor do que o esperado. O fato de ainda haver crianças vítimas da hanseníase é um claro indício de que a situação está aquém do desejável.

Presente em todas as camadas sociais, a hanseníase apresenta uma maior incidência nos grupos mais pobres da sociedade. Em 2012, em Minas Gerais, cerca de 60 crianças foram diagnosticadas com a doença. No ano passado, o número caiu para 40 diagnósticos, uma queda superior a 30%. Por outro lado, o diagnóstico tardio correspondeu a 10% dos casos em 2013. No ano anterior, alcançou a taxa de 12%. No total, em Minas Gerais, em 2012, foram registrados aproximadamente 1.500 casos da doença. No ano passado, foram cerca de 1.400 ocorrências.