Quatro cirurgias para a correção de hipertrofia mamária foram realizadas, na manhã de quarta-feira, 05, no Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). A ação integra o mutirão convocado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e visa sensibilizar a população para a necessidade da atenção a esse tipo de demanda. A seleção das pacientes beneficiadas se deu a partir da lista de espera mantida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Atualmente, em Belo Horizonte, há 383 mulheres com a doença que aguardam por uma cirurgia. Desse total, 37, que estavam a mais tempo na fila, foram atendidas durante o mutirão. O procedimento aconteceu em nove hospitais da capital, dentre eles o HAC. A hipertrofia mamária (crescimento exagerado das mamas) representa, atualmente, a maior demanda por cirurgia pelo SUS em Belo Horizonte.
De acordo com os presidentes nacional e regional Minas da SBCP, Sebastião Guerra e Eduardo Nigri, que estiveram no HAC durante as cirurgias, a SBCP tomou a decisão de realizar o mutirão em razão de haver um grande número de pacientes do SUS, em todo o país, que demandam por este tipo de cirurgia plástica. “A mão de obra está à disposição, basta nos darem o hospital que realizaremos as cirurgias”, afirmou o presidente nacional da SBCP.
O coordenador nacional do mutirão, Pedro Martins salientou que a ação proposta veio modificar um conceito fragmentário da cirurgia plástica que estabelece uma dualidade entre a plástica estética e a reparadora. “A cirurgia plástica é única, não importa o caso”, ressaltou. No entanto, segundo o coordenador, presentemente, a cirurgia reparadora ainda é vista como secundária, daí, a importância do mutirão.
Há dois anos na fila, Débora Luciene Rodrigues, de 30 anos de idade, apresentou um quadro de hipertrofia após a gravidez. O problema a incomodava bastante e a espera a angustiava. A notícia da sua seleção pelo mutirão foi recebida com grande alegria, “significou investir na minha autoestima. A cirurgia vai mudar a minha vida para a melhor”, afirmou.
A psicóloga do Hospital Alberto Cavalcanti, Elaine Braga, avalia que, além dos problemas físicos que causa, a hipertrofia mamária impacta a autoestima das mulheres. “Elas não se reconhecem mais. Em geral, o aumento excessivo das mamas tem reflexos em sua vida social e sexual”, pontua.
A hipertrofia mamária é definida como o aumento anormal das mamas. Vários sintomas estão associados a ela, dentre os quais os relacionados ao sistema músculo esquelético. Os mais freqüentes são as dores na coluna que variam desde um simples desconforto até a incapacitação funcional, o que determina a indicação para o tratamento cirúrgico de redução do volume das mamas.
O HAC é referência estadual no tratamento do câncer e caracteriza-se por ser uma instituição hospitalar geral de porte médio que oferece atendimento em mastologia e cirurgia geral, assim como nas especialidades de clínica médica e oncologia, além dos serviços de urgência e ambulatório.