Norte de Minas define estratégias para eliminação da hanseníase




Médicos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, fisioterapeutas e integrantes de equipes de Atenção Primária à Saúde do Norte de Minas participam nestas segunda (13/06) e terça-feira (14/06), de um encontro de capacitação em ações de eliminação da hanseníase. A iniciativa é resultado de parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Ministério da Saúde, com o objetivo de elaborar um plano de intervenção regional.

As atividades, com aulas teóricas e práticas, estão sendo realizadas no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), em Montes Claros.A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros priorizou a participação de profissionais de 11 municípios onde são notificados maior número de casos da doença: Janaúba, Francisco Sá, Capitão Enéas, Ninheira, Bocaiúva, Coração de Jesus, Curral de Dentro, Rubelita, Santa Cruz de Salinas, Montes Claros e Espinosa.

No ano de 2015 a SRS de Montes Claros notificou 88 casos de hanseníase. Neste ano, entre janeiro e maio, foram notificados 25 casos da doença.


Alinhamento de ações

A Superintendente Regional de Saúde de Montes Claros, Patrícia Aparecida Mendes frisa que a realização do encontro de capacitação possibilita à SES-MG alinhar ações do Governo com os municípios. No caso específico do Norte de Minas, a superintendente observa que a realização do encontro acontece num momento em que a SRS Montes Claros tem implementado diversas ações visando melhorar a estrutura das redes de atenção à saúde, com ênfase na atenção primária, melhoria e ampliação de serviços prestados pela rede hospitalar nas microrregiões de saúde.

“Esse é um passo imprescindível para consolidar e ampliar a descentralização da assistência ao portador de hanseníase e, dessa forma, esperamos melhorar a capacidade operacional dos serviços facilitando o acesso dos usuários e, consequente, redução das proporções de diagnóstico tardio. Isto contribuirá para o rompimento da cadeia de transmissão, alcançando assim a meta de eliminar a doença”, destaca Patrícia.

Por sua vez, a Supervisora Regional das Ações de Eliminação da Hanseníase, Damaris Soares do Carmo ressalta a importância do investimento na capacitação dos profissionais de saúde. “A doença é passível de tratamento e cura, porém a sua evolução sem acompanhamento médico pode possibilitar a ocorrência de incapacidades físicas e deformidades, gerando prejuízos econômicos, sociais e psicológicos. A ocorrência de casos de hanseníase pode contribuir para a manutenção do estigma e do preconceito relacionados à doença”, ressalta Damaris.

Programação

O curso está estruturado em dois módulos. O primeiro, presencial, terá 16 horas de duração. Já o segundo módulo terá 30 horas de duração e será ministrado à distância, no período de 20 de junho a 20 de novembro.

O primeiro módulo será ministrado pela médica da UFMG, Luiza Ignatowska, pela enfermeira Jazeilde Mendes, e pela fisioterapeuta Cláudia Cristina de Macedo. A tutoria do encontro estará a cargo de Gabriela de Cássia Ribeiro.

Ao final do primeiro módulo da capacitação, os profissionais deverão elaborar um plano de intervenção regional contemplando a definição de estratégias, ações e metas a serem implementadas a curto, médio e longo prazos.

Por Pedro Ricardo