Aparecimento de manchas dormentes esbranquiçadas, avermelhadas ou pardas, em qualquer parte do corpo, principalmente na face, orelhas, costas, braços, nádegas e pernas podem ser os primeiros e principais sintomas da Hanseníase.
Descoberta em 1873 por um cientista chamado Hansen, a doença infectocontagiosa é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae e sua transmissão se dá por meio das vias respiratórias, no convívio com um paciente portador da forma contagiosa e que esteja sem tratamento. A hanseníase é a doença que tem menor poder de contágio – cerca de 90 a 95% da população tem boa defesa contra a bactéria M. leprae.
Segundo a coordenadora de Dermatologia Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Maria do Carmo Rodrigues de Miranda, nos últimos cinco anos foram notificados no Estado cerca de 1500 novos casos de hanseníase a cada ano. Em 2013 foram 1.220 novos casos registrados, significando 6,2 novos diagnósticos em cada 100 mil habitantes. Destes, 3,9% (48) foram em menores de 15 anos. “O acometimento de crianças pressupõe a presença de adultos doentes sem diagnóstico e sem tratamento, convivendo e transmitindo a hanseníase para crianças e adolescentes. Do total de casos novos notificados em 2013, 10,5% foram diagnosticados com deformidade, indicando um percentual ainda elevado de diagnóstico tardio”, alertou.
Ainda de acordo com a coordenadora, os casos de hanseníase estão distribuídos por todo o estado, mas municípios que fazem divisas com outras unidades da federação merecem maior atenção. “Em localidades de Minas que fazem divisas com o sul da Bahia, Espírito Santo, Goiás e Distrito Federal, o problema da hanseníase é agravado, tanto pela existência de aglomerados espaciais de casos, devido aos movimentos migratórios, como também pela estrutura assistencial existentes nessas localidades”, informou.
A hanseníase sempre foi cercada por um grande estigma e preconceito, devido às deformidades que podem acontecer quando o tratamento não é feito precocemente e de modo adequado. É importante lembrar que é uma doença totalmente curável, e não há motivo para o preconceito. Vale ressaltar que imediatamente após iniciar o tratamento, que é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com duração que pode variar entre seis e 12 meses, o paciente já não mais a transmite para as pessoas com quem convive, mesmo sendo da forma contagiosa.
Para Maria do Carmo é fundamental seguir o tratamento, pois é eficaz e permite a cura da doença, caso não seja interrompido. “Qualquer mancha na pele ou área de pele aparentemente normal, mas com alteração de sensibilidade, pode ser hanseníase. Neste caso o paciente deve procurar uma unidade de saúde para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento o quanto antes”, orientou.
A melhor forma de prevenir a doença é tratar todos os casos existentes, além da vigilância de familiares e pessoas próximas aos pacientes diagnosticados com hanseníase, pois eles têm maior risco de desenvolver a doença. Portanto, eles devem ser examinados e orientados. Se a população em geral souber identificar os sinais e sintomas da hanseníase e buscar o diagnóstico mais precocemente possível terá mais chances de não desenvolver deformidades. Além disso, o tratamento poderá ser realizado em menor tempo.
Com o objetivo de alertar a população sobre o diagnóstico precoce da doença e divulgação da oferta de tratamento no SUS, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) irá realizar, além das ações do Ministério da Saúde (MS), a divulgação de vários posts informativos sobre a hanseníase, o diagnóstico precoce e acesso ao tratamento, em suas redes sociais - Facebook (www.facebook.com/saudemg) e Twitter (twitter.com/saudemg).
As peças, que são representadas por ilustrações de bonequinhos de ambos os sexos, várias idades e raças, retratam os públicos que podem ser afetados pela doença, ou seja, qualquer um pode pegar a hanseníase e todos podem ser curados. O conteúdo será divulgado todos os dias, durante o período de 26/01 a 05/02.
O MS fez o lançamento nacional da campanha "Hanseníase: Quanto antes as pessoas descobrirem, mais cedo vão se curar", referente ao Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase no dia 21 de janeiro, quarta-feira, em Brasília. Durante o evento, entre as atividades propostas estavam a iluminação de monumentos públicos em todas as capitais brasileiras nas cores Light-red (vermelho brilhante), Mauve (vermelho claro e fosco) e No Color Straw (bege) com o objetivo de alertar a sociedade sobre o referido agravo, contribuindo assim para eliminação do estigma e do preconceito contra as pessoas afetadas pela hanseníase e seus familiares. A campanha nacional também consiste em peças eletrônicas para a televisão e o rádio, além de peças gráficas, como cartazes, para serem distribuídos para agentes e profissionais de saúde, líderes comunitários e expostos em ônibus. É possível fazer o download das peças no portal do Ministério da Saúde na internet.
Por Miria César
Fonte: SES/MG