Secretaria de Saúde alerta sobre prevenção às doenças do trabalho
Movimentos repetitivos e cansativos, má postura, condições de trabalho inadequadas, pressão psicológica, dificuldade de relacionamento no trabalho. O cenário comum em ambientes de trabalho modernos pode ser extremamente prejudicial à saúde.
Dados do Instituto Nacional de Prevenção de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORTs) apontam que os DORTs são a segunda maior causa de afastamento do trabalho no Brasil. Em Minas Gerais, entre 2007 a 2011, foram notificados 6.171 casos.
Deste total, 2.497 foram do sexo masculino e 3.674 do sexo feminino. Os trabalhadores na faixa etária de 35 a 49 anos são os mais acometidos pela doença. Em relação às ocupações, os faxineiros lideram o ranking com 391 casos, seguidos pelas empregadas domésticas (339) e os pedreiros (277).
“No passado, a doença ficou conhecida por LER, Lesões por Esforço Repetitivo, mas, hoje, essa nomenclatura foi substituída pelo nome DORTs. Abrangendo todos os distúrbios relacionados ao trabalho que podem afetar tendões, músculos, ligamentos, capsula articular, bursas e nervos”, explica a diretora de Saúde do Trabalhador da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SESMG), Elice Eliane Ribeiro.
Segundo Elice Eliane, as principais causas de DORT estão relacionadas à organização do trabalho como processos de trabalho mal dimensionados, postos de trabalhos inadequados, posturas inadequadas durante o trabalho, movimentos repetitivos. Fatores psicológicos como pressões internas e dificuldades de relacionamentos também são impactantes.
Sintomas
Fadiga muscular, alteração da sensibilidade, sensação de peso e cansaço em partes do corpo, perda de controle dos movimentos, perda de força, formigamento e dor muscular ou articular são os principais sintomas da doença.
Isolados ou associados, os sintomas podem apontar a existência de tensões musculares excessivas, tendinites, tenossinovites, sinovites, neurite, síndrome do túnel do carpo e síndrome miofascial.
“Os sintomas e as alterações não aparecem repentinamente, mas sim de forma lenta e gradativa. Portanto é importante que o trabalhador preste atenção em si mesmo, verificando se seu organismo não esta dando sinais de alerta", afirma Elice Eliane.
Prevenção
O trabalhador deve ficar atento aos sintomas e ao menor sinal de problema procurar um serviço médico ou fisioterapêutico. E, além disso, algumas medidas podem ajudar a prevenir o DORT. Identificar e evitar as posturas incorretas durante o trabalho, por exemplo, é uma delas.
Procurar adequar o posto de trabalho à altura e às necessidades do corpo, estabelecer pausas dentro da rotina de trabalho, manter o corpo sempre em movimento e evitar ficar na mesma postura por tempo prolongado também evitam as dores musculares.
Outras dicas importantes é intercalar as tarefas e as posturas durante o dia. Isso permite que o tipo de movimento se altere ajudando a descansar partes do corpo. Também é importante que, sempre que possível, seja intercalado momentos de leitura com digitação, reuniões, entre outras. Caso em seu ambiente de trabalho seja oferecida a ginástica laboral, pratique, pois ela fará bem ao seu corpo.
Tratamento e apoio social
Se após avaliação médica, o trabalhador for diagnosticado com uma DORT, o agravo deve ser obrigatoriamente notificado na Ficha de Notificação de Doença Relacionada ao Trabalhador LER/DORT.
Caso o trabalhador tenha sido contratado com carteira assinada, a empresa deverá emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Se a empresa se recusar a emitir, o trabalhador poderá solicitar a emissão de CAT pelo profissional médico que o atendeu ou a por seu sindicato para que seja cumprida a lei.
É importante que o trabalhador saiba que existem vários tipos de tratamento para DORT. Além dos tratamentos medicamentosos, a fisioterapia com atividades de reabilitação e adequação posturais, bem como acupuntura, massoterapia, entre outros trabalhos corporais, são muito eficazes e produzem efeito em longo prazo.
Fonte: Agência Minas