Contato direto com água de enchentes aumenta risco de contaminação
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A Hepatite A é uma doença infecciosa aguda, ou seja, de condição não crônica, causada pelo vírus VHA. Sua transmissão está relacionada diretamente às condições de saneamento básico e higiene pessoal. Os principais sintomas são dores abdominais, febre, pele e olhos amarelados, além de uma urina escura. Surgem entre 15 a 45 dias, o que aumenta a necessidade de alerta da população para os perigos nesta época do ano.
De acordo com a Coordenadora Estadual de Doenças e Agravos Transmissíveis da Secretaria de Estado de Saúde-MG (SES), Janaina Fonseca Almeida, a disseminação da doença está relacionada principalmente às condições de saneamento básico, nível socioeconômico da população, grau de educação sanitária e condições de higiene da população. “Normalmente transmitida por meio de alimentos mal lavados, a hepatite A também pode surgir com a ingestão acidental de água de chuva contaminada pelas fezes de pessoas infectadas. Neste período do ano, a incidência da patologia pode ser maior, uma vez que as enchentes podem levar água de esgoto aos rios, lagos, mares e piscinas, ampliando as chances de contaminação, além do contato direto dos cidadãos com águas de enchentes e enxurradas”, esclarece a coordenadora.
Eventualmente, em adultos afetados por uma doença hepática crônica - originada por outros vírus ou pelo consumo excessivo de álcool - a infecção pelo VHA pode provocar a falência hepática, conhecida por hepatite fulminante, e ser fatal. Mas, de um modo geral, o risco de morte é baixo e a maioria dos doentes se cura. Uma vez curada a infecção, o fígado se regenera totalmente.
TratamentoDe acordo com a coordenadora da SES, não existe tratamento específico para as formas agudas das hepatites virais. “O repouso é considerado a medida primordial para a recuperação. Deve-se evitar esforços físicos, andar o mínimo possível e repousar na cama por meia hora após as grandes refeições. Isto se faz necessário no sentido de se obter a redução do processo inflamatório e manter um fluxo sangüíneo adequado ao fígado”, explica Janaina.
A doença geralmente apresenta boa previsão de evolução, resultando na completa recuperação do indivíduo. A única restrição está relacionada à ingestão de álcool, que deve ser suspensa por seis meses, no mínimo (preferencialmente, por um ano).
Precauções
• Evite tomar água sem procedência conhecida ou bebidas que contenham cubos de gelo feitos a partir dessa água.
• Tenha higiene máxima: Lave as mãos periodicamente, principalmente antes e após usar o banheiro e ao manipular alimentos.
• Utilize cloro ou água sanitária para limpeza de objetos, bancadas, lavagem de alimentos, utensílios de cozinha e objetos pessoais.
• Não compartilhe o mesmo copo e o mesmo talher, principalmente em creches e escolas; estes materiais devem ser de uso individual.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde-MG