SES vai implantar teste rápido para AIDS e Sífilis

SES vai implantar teste rápido para AIDS e Sífilis
Imagem: Internet
Iniciativa terá como foco a saúde da gestante e prevenção contra a contaminação do bebê

As Gestantes e seus parceiros sexuais poderão recorrer ao teste rápido (resultado na hora) de HIV/AIDS e da Sífilis. O Ministério da Saúde publicou duas portarias, em dezembro de 2011 e outras duas agora em janeiro, nos dias 11 e 12, que viabilizam a realização desse tipo de teste. 

 

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas (SESMG) já promoveu capacitação para os profissionais de Belo Horizonte e até março a estenderá para os técnicos dos municípios da RMBH e do interior do estado, para que estejam aptos a aplicar os testes.  A meta é abaixar para menos de 1% a taxa de incidência de sífilis e HIV em gestantes e recém nascidos até 2015.

Conforme a coordenadora de DSTs/ AIDS da SES, Fernanda Junqueira, a coordenadoria Estadual de DST/AIDS, que já foi treinada pelo Ministério da Saúde no fim do ano passado para serem multiplicadores nas capacitações, promoveu reunião com a coordenadoria da Atenção Básica para capacitar os técnicos de BH. “Agora temos que capacitar toda a rede de profissionais da Atenção Básica. A ideia é passar o ano de 2012 fazendo pequenas capacitações para 30 pessoas, com duração de dois dias. A Prefeitura de Belo Horizonte já começou e não deve demorar a receber os testes rápidos para as unidades básicas de saúde (UBS’s) da capital”, explica.

Conforme a coordenadora, “o teste rápido apresenta o resultado na hora e a gestante é aconselhada e encaminhada a um serviço especializado para começar imediatamente o tratamento, assegurando, assim, a saúde de seu bebê. Já no teste sorológico, o resultado não é entregue na hora, logo, a gestante também não é tratada imediatamente e não podemos garantir que ela volte para descobrir que é portadora do vírus e se tratar”, destaca.

Em Minas Gerais, os testes rápidos começarão a ser feitos em Belo Horizonte, a partir de fevereiro, na Atenção Primária (centros de saúdes). Em um primeiro momento, a iniciativa estará ligada ao programa federal Rede Cegonha e ao incentivo financeiro para as consultas de pré-natal e para o parto das gestantes no SUS, assegurando à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.  “É uma estratégia para erradicar o HIV e a sífilis das nossas crianças. O tratamento pra sífilis é simples e eficaz, basta tratar a gestante e seu parceiro para que a doença seja eliminada antes do parto. No caso do HIV, uma série de medidas que podem proporcionar segurança e impedir a transmissão de mãe para filho, na hora do parto e na amamentação. É inconcebível que um bebê venha ao mundo com essas doenças, quando elas podem ser evitadas”, afirma a coordenadora estadual de DST/Aids da SES/MG, Fernanda Junqueira de Oliveira.

Com isso, é de extrema importância a ampliação do acesso ao diagnóstico do HIV e a detecção da sífilis na gestante e principalmente que o tratamento seja realizado em tempo oportuno.  “O teste rápido será direcionado também para os parceiros sexuais das gestantes, em caso de resultado positivo. É fundamental que o parceiro seja também atendido, diagnosticado e tratado, para que a cadeia de transmissão seja interrompida. Tratar somente a gestante é uma medida absolutamente ineficaz, uma vez que ela é reinfectada pelo parceiro.”

O restante da população tem disponível na Atenção Básica (postos de saúde) o exame Elisa e o Westen Blot, testes sorológicos para a detecção do HIV. O tempo de espera para o resultado desses exames gira em torno de 2 a 3 semanas. Os testes sorológicos para a sífilis seguem o mesmo procedimento.

No Estado, entre os anos de 2000 e 2011 foram notificados 4.066 gestantes com HIV positivo.

Aids em Minas

O perfil da epidemia de AIDS em Minas Gerais segue a tendência nacional, com a feminização e a pauperização da doença, e o aumento no número de casos entre heterossexuais e na população acima de 60 anos, embora o predomínio de casos aconteça entre jovens e adultos jovens, em ambos os sexos. Entre os anos de 1982 e 2011, foram feitas 31.559 notificações de AIDS em Minas. Tanto para homens, quanto para mulheres, a predominância do acometimento é na faixa etária de 20 a 49 anos, que corresponde a cerca de 84% do total de casos do Estado. Na faixa etária que vai de 20 a 34 anos são 14.178 casos notificados (cerca de 45%) e na faixa etária que vai dos 35 a 49 anos, são 12.217 casos (cerca de 39%).

O número de casos entre mulheres vem aumentando gradativamente. O primeiro registro entre mulheres foi no ano de 1986, quando a razão entre os sexos era de 31 homens para 01 mulher. A partir da década de 90 essa razão vem reduzindo e há na faixa etária que vai de 10 a 19 anos uma inversão do numero de casos desde 1998, com número maior entre mulheres do que homens. A proporção de casos entre os sexos em 2011 é de dois homens para uma mulher, com 21.289 casos notificados em homens e 10.270 casos em mulheres.

De 1982 a 2011, houve também, a heterossexualização da doença. De acordo com dados da Coordenação de DST/AIDS da SES-MG, o número de casos entre os heterossexuais subiu vertiginosamente, representando atualmente 52,74% dos casos. É importante destacar que a categoria de exposição heterossexual, na década de 80, correspondia a 12 % do total de casos.

Apesar do elevado número de casos nos centros urbanos, é crescente a interiorização da epidemia em Minas Gerais, com casos da doença em 701 dos 853 municípios, o que corresponde a 82,1% das cidades mineiras. Os 15 municípios com maior frequência de casos entre os anos de 1983 e 2011 são Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberlândia, Contagem, Uberaba, Betim, Ribeirão das Neves, Governador Valadares, Araguari, Poços de Caldas, Ipatinga, Santa Luzia, Sete Lagoas, Divinópolis e Ituiutaba, respectivamente. A somatória dos casos nestes municípios é de 19.699 notificações, que corresponde a 63,77% do total de casos de AIDS em Minas Gerais.

Fonte: SES/MG