Hepatite C, doença silenciosa

Hepatite C, doença silenciosa
Imagem: Divulgação Ministério da Saúde
A Hepatite C é assintomática em quase 80% dos casos

A hepatite C (HVC) foi considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a maior endemia deste milênio. Porque pode demorar décadas para manifestar-se e é assintomática em quase 80% dos casos, exatamente por isso ela é conhecida como a ‘epidemia silenciosa’. Os novos casos clínicos que estão sendo notificados podem ter sua infecção ocorrida há décadas atrás, o que dificulta a determinação da fonte de infecção.

 

Em 2011, foram identificados 411 novos casos da doença em Minas Gerais. Porém, segundo Soraia Zardini de Morais, Referência Técnica Estadual do Programa de Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, estes dados não refletem a atual situação da hepatite C no Estado. “Embora seja uma doença de notificação compulsória, que deve ser informada pelos Profissionais de Saúde, pelos Serviços de Saúde ou por qualquer pessoa, existe muita subnotificação desta doença, pois a maioria das pessoas desconhece que tem hepatite C”, explicou.

A doença

A hepatite C é uma doença causada pelo vírus HVC que provoca inflamação no fígado. O vírus C está presente no sangue. Quando não diagnosticadas, as hepatites virais podem acarretar complicações das formas crônicas, muitas vezes evoluindo para cirrose ou câncer de fígado. O diagnóstico e o tratamento precoces influem na evolução do paciente, sendo possível reduzir a progressão da doença. 
Antes, sua principal forma de transmissão eram as transfusões sangüíneas. Mas atualmente, com o controle nos bancos de sangue, por meio da implantação de testes diagnósticos de detecção, que ocorreu a partir de 1993, esta forma é rara, sendo que usuários de drogas são mais propensos à contaminação pelo vírus. As medidas de controle e prevenção estão diretamente relacionadas à hemovigilância.

Portanto, os grupos com repetidas exposições aos produtos sanguíneos, como os usuários de drogas endovenosas, os portadores de hemoglobinopatias que requerem múltiplas transfusões durante a vida e os pacientes portadores de insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico apresentam as maiores chances de adquirir a infecção ao longo da vida.

Também são incluídos como grupos mais propensos, os pacientes que receberam transfusões de sangue antes de 1992, e os profissionais de saúde. O surgimento de sintomas em pessoas com hepatite C aguda é muito raro. A apresentação assintomática da hepatite C aguda é um dos fatores de impedimento para a determinação da real incidência da hepatite C. Entretanto, os que mais aparecem são cansaço, mal estar, mialgia (dor nos músculos) tontura. Cerca de 20% dos indivíduos infectados com o HVC recuperam espontaneamente após a infecção aguda pelo HVC, mas os restantes 80% evoluem para a hepatite crônica e, muitas vezes, sem manifestarem qualquer sintoma. Em 40% dos doentes, a hepatite C crônica pode conduzir à cirrose e/ou ao câncer no fígado.

Prevenção

Evitar a doença é muito mais fácil que tratá-la: não compartilhar seringa, agulha e objetos cortantes com outras pessoas. Além disso, toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os exames específicos para detectar as hepatites. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão da mãe para filho.

A identificação dos infectados deve ser prioridade, para possibilitar o tratamento precoce e a tomada de medidas que visem seu controle e prevenção. Atualmente, com o controle nos bancos de sangue, a forma de transmissão sanguínea é rara. Os casos agudos estão hoje associados às populações específicas, como hemodialisados e usuários de drogas injetáveis e inaladas. “Por se tratar de uma doença silenciosa, é importante consultar com um médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam todas as formas de hepatite. O diagnóstico precoce pode evitar doenças mais graves, como cirrose ou câncer de fígado”, esclarece Soraia Zardini.

Distribuição de medicamentos

O tratamento da doença pode ser realizado no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de ações que interrompam a cadeia de transmissão do vírus e tratam o doente com antivirais.
Em todo o Brasil, 12 mil pessoas recebem do Sistema Único de Saúde (SUS) o medicamento Interferon Peguilado, usado para o tratamento da hepatite C.

Em Minas para ter acesso gratuito aos medicamentos, o usuário deverá procurar a Gerência Regional de Saúde (GRS) da qual seu município faz parte e solicitar a montagem do Processo de Solicitação.
Os processos são montados nas Farmácias das GRS do estado e encaminhados à Secretaria de Estado de Saúde, que faz a avaliação do pedido e emite um parecer técnico, de acordo com o protocolo preconizado pelo Ministério da Saúde.

Os pacientes com processos autorizados são incluídos no Programa e passam a receber os medicamentos na Farmácia da respectiva GRS, conforme agendamento.
A relação de documentos e exames necessários para a abertura de processos de solicitação de medicamentos e outras informações pode ser conferida no site da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.

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