O Hospital Júlia Kubitschek lembrou ontem, 24 de março, o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose. Este ano, a programação teve como tema “Abandonar o tratamento é desistir da vida”. O coordenador do Programa de Pneumologia Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde, Edílson Correa de Moura, participou do evento, assim como vários funcionários e convidados do hospital.
O presidente da Fhemig, Antônio Carlos de Barros Martins, ressaltou que o Hospital Júlia Kubitschek se tornou referência no tratamento da TBC por sua grande capacidade de leitos e de atendimento ambulatorial, profissionais treinados e atendimento aos pacientes que têm o bacilo multirresistente. Ele lembrou que a unidade foi recentemente credenciada como hospital de ensino. A certificação representa o reconhecimento do hospital como unidade assistencial estratégica para o Sistema Único de Saúde (SUS), pela atuação na assistência e formação e treinamento de recursos humanos, além do desenvolvimento de pesquisas e tecnologia em saúde
“Somos a principal referência estadual em atendimento hospitalar aos pacientes diagnosticados com tuberculose, temos uma grande responsabilidade assistencial, que inclui acompanhá-los até serem considerados curados. Para se ter uma ideia, no ano passado, o HJK foi responsável por 64% das internações relacionadas à tuberculose em Belo Horizonte”, disse o diretor do Júlia Kubitschek, Henrique Timo Luz.
O coordenador estadual Edílson Correa de Moura destacou a importância histórica e assistencial do HJK como porta de entrada para os pacientes com tuberculose. Porém, ele lembrou da importância fundamental da atuação da Atenção Primária no sentido de erradicar os casos de abandono do tratamento. Este abandono significa o agravamento clínico, tornando a doença multirresistente e, assim, comprometendo, cada vez mais, a cura do paciente. Com o tratamento convencional, denominado “Esquema 1”, levado rigorosamente até o fim, o paciente é considerado curado, definitivamente, após 6 meses.
“Temos, na Região Metropolitana, uma média de 4 agentes comunitários de saúde (ACS) para cada paciente de tuberculose, ou seja, eles deveriam acompanhar os casos para que não acontecesse o abandono dos tratamentos. Este esforço não tem sido suficiente, pois estamos com um índice alto, de 22% de abandono. Mas, ao mesmo tempo, Minas Gerais foi o Estado que mais conseguiu abaixar este índice, em torno de 45%”, relatou o coordenador.
Edílson anunciou que o Hospital Júlia Kubitschek deve regularizar, nos próximos dias, o exame de cultura de BAAR (de escarro), com uma parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed). “O Júlia ampliará seu papel, já fundamental, nos novos programas previstos na Pneumologia Sanitária, com estratégias que renovam a assistência à tuberculose”, também antecipou.
A assistente social do HJK, Elaine Franco, lembrou que o perfil dos pacientes ali internados é socialmente delicado. “Geralmente são pessoas que não aderem ao tratamento por alcoolismo, degradação social e outros agravantes sociais, como os moradores de rua, usuários de drogas e até presidiários”.
Dona Efigênia, conhecida por sua forte atuação na comunidade e presidente da Associação de Voluntários “Mãos Amigas”, do HJK, deu uma lição sobre a humanização do tratamento, que pode minimizar a solidão e desesperança dos pacientes. “Temos que lembrar que quando um pai se interna aqui, não consegue se alimentar porque lembra que os filhos e a esposa não têm o que comer”.
Ainda participaram das palestras o médico pneumologista Ednei Pereira Guimarães, a psicóloga Marilac Câmara, a auxiliar administrativo Ludmila Tavares e Maíra de Assis Pena Veloso e Sonia Sporck, do Comitê Metropolitano do Fundo Global.
História da tuberculose e do HJK se confundem
A história da tuberculose no País se confunde com a do próprio hospital, criado em 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitschek, para atender aos pacientes atingidos pelo Bacilo de Koch. Atualmente, o HJK possui corpo clínico especializado em Tisiologia e executa diagnósticos por meio de exames com tecnologia de ponta e pela realização de consultas e cirurgias torácicas.
A transmissão da tuberculose se dá através da tosse. Quanto mais cedo forem feitos o diagnóstico e o início do tratamento, maiores as chances do paciente. Os sintomas mais comuns da tuberculose pulmonar são: tosse, febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento. Apesar da versão pulmonar ser mais conhecida, a tuberculose pode também atingir outros órgãos, como rins, ossos, pele, intestino, meninges, olhos, entre outros.
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