Pela primeira vez crack é o primeiro motivo de tratamento no CMT

O Centro Mineiro de Toxicomania (CMT), da Rede Fhemig - pioneiro no país voltado para atender paciente usuário de drogas - aponta que este ano pela primeira vez, em dez anos, o crack representou o primeiro motivo de atendimento, com 38%, seguido por álcool com 36%. "


O Centro Mineiro de Toxicomania (CMT), da Rede Fhemig - pioneiro no país voltado para atender paciente usuário de drogas - aponta que este ano pela primeira vez, em dez anos, o crack representou o primeiro motivo de atendimento, com 38%, seguido por álcool com 36%. Em todo o país e também no mundo está sendo registrado um aumento no uso do crack  e essa situação preocupa as autoridades de saúde.

A instituição, que é referência estadual, foi o primeiro serviço público do Brasil criado especialmente para atender o paciente usuário de drogas, já que na época o alcoólatra era acompanhado em hospitais por um clínico ou internado em instituições privadas.  No dia 05 de agosto de 1983 o serviço saiu da Secretaria de Estado de Segurança Pública e passou a ser coordenado pela Secretaria de Saúde, sendo então abraçado pela Fhemig. Na época o governador era o ex-presidente Tancredo Neves que, junto com o secretário de Saúde Dario Tavares, convocaram especialistas para fazerem um projeto de um serviço de atenção ao usuário de drogas e o  CMT foi criado.

O crescimento qualitativo trouxe reconhecimento à unidade que em apenas quatro anos de funcionamento, em 1987, foi reconhecida pelo Conselho Federal de Entorpecentes, atual Secretaria Nacional Antidrogas - SENAD, como unidade de excelência para a área de tratamento de álcool e drogas do Estado de Minas Gerais. Desde 2002 o CMT é credenciado como Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas - CAPS AD, em consonância com a Política Nacional do Ministério da Saúde. Hoje, em Minas Gerais existem 12 CAPS AD credenciados., Todos municipais. O CMT  manteve o vínculo  estadual, até porque continua atendendo a Região Metropolitana de Belo Horizonte e também usuários de municípios do interior do Estado (20%). A unidade desenvolve um trabalho considerado de excelência com visita de profissionais de outros estados, e até de outros países, interessados em conhecer o trabalho da unidade

Atendimento
Este ano, foram cadastrados 886 pessoas, casos novos e retornos ao tratamento e receberam atendimento no CMT. Dessas, 342 (38,06%) foram devido ao consumo de crack e 320 (36,12%) pelo abuso de álcool. O crack e o álcool respondem por mais de 70% da procura por tratamento. Houve uma mudança de perfil no atendimento de pacientes por consumo de álcool, que caiu de 40,83% para 36,12%, em relação a 2008. Por outro lado, aumentou o número de pacientes em uso de maconha, de 8,45% para 10,16%, e também da cocaína, de 9,13% para 11,96%.

Para a diretora do CMT, Raquel Martins Pinheiro, essa mudança de perfil mostra que o usuário de crack está pedido ajuda "