O ajuste no foco, o detalhe no enquadramento, a posição exata para registrar o melhor ângulo. Detalhes que aos poucos estão sendo incorporados no dia-a-dia de alguns moradores da Casa de Saúde Santa Izabel (CSSI), em Betim. Desde junho deste ano eles estão participando de uma oficina básica de fotografia coordenada pela psicóloga Elizabete Gomes junto com uma equipe multidisciplinar formada pelo arquiteto Sidney Cid, pela psicóloga Flaviane Figueiredo, pela terapeuta ocupacional Adalgisa Santiago de Oliveira e pela coordenadora da Humanização, Cristina Abreu. “Mais importante do que a questão da técnica e qualidade da foto é o despertar, o interesse deles em relação a participação e envolvimento junto à comunidade. Além disso, o curso também serve de estímulo para interação em outros projetos coletivos desenvolvidos pela unidade”, declara.
Participam da oficina sete moradores asilares. Toda terça-feira, de 1h às 16 horas, eles saem por diferentes pontos da ex-colônia registrando lugares que revelam parte da história da unidade, fundada em 1931. De acordo com a psicóloga Elizabete, o traçado com todos os locais de interesse deles foi literalmente mapeado. Os registros irão revelar além das imagens capturadas, já que muitos dos espaços escolhidos estão carregados de memórias afetivas. Os disparos devem continuar até o mês de setembro e a ideia é registrar os trabalhos em um material gráfico como registro de uma história contada por quem efetivamente faz parte dela.
A coordenação do grupo é realizada de forma autogestiva e envolve todos os profissionais e moradores. “Mapeando o Desejo” foi o nome dado para a prática cujo foco, segundo ressalta a psicóloga Elisabete, é potencializar as vivências positivas em detrimento do passado marcado por dor e sofrimento. “Trabalhamos a partir da lógica da memória viva e buscamos fomentar uma maior participação social”, finaliza.
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