Criança exige atenção constante. Não há quem não tenha ouvido essa frase proferida por pais, avós, educadores e, principalmente, médicos. Isso porque os pequenos são curiosos, têm necessidade de explorar ambientes, testar habilidades, mas não têm noção de perigo. Com isso, o risco é eminente. Em 2008, o número total de atendimentos a crianças de zero a 12 anos foi de 11.208. Neste ano até julho, a soma é de 10.355 atendimentos.
Dados divulgados pelo DataSUS revelam que “acidentes” e violências representam a primeira causa de morte de crianças de um a 14 anos no Brasil e constituem sério problema de saúde pública. São cerca de 6 mil mortes por ano e calcula-se que, para cada criança que morre por trauma, ocorrem 20 a 50 hospitalizações. Um terço das crianças hospitalizadas evolui com seqüelas permanentes.
Para a médica pediatra do Hospital João XXIII Marislaine Lumena de Mendonça, os acidentes não ocorrem por acaso. Ao contrário, são previsíveis e podem ser evitados. “A tendência atual é substituir o termo acidente por injúria física, devido ao sentido errôneo que a palavra acidente sugere como sendo uma ocorrência ao acaso. Estimam-se que 90% dos casos podem ser evitados”, afirma Lumena. Segundo dados do Hospital João XXIII, 52% dos atendimentos no HPS são de acidentes domésticos, sendo que 80% deles ocorrem na cozinha e 43% do total de acidentes são com crianças de até dez anos.
“As queimaduras estão entre as principais causas de injúrias fatais domiciliares na faixa etária de um a nove anos. Os líquidos quentes são responsáveis por grande número de casos, mas a maioria das mortes é associada à queimadura por fogo, e álcool líquido, por ser um produto altamente inflamável”, afirma Lumena. A médica informa também que quedas são a principal causa de lesões e de atendimento em pronto socorro, sendo a quinta causa externa de morte na faixa etária pediátrica. Além disso, os traumatismos de ocupantes de veículos e atropelamentos são o motivo principal de morte de crianças com até 14 anos.
Os afogamentos também são frequentes. “As crianças podem se afogar em superfície com 2,5 cm de água. Um bebê deixado na banheira pode submergir-se em 10 segundos e ter dano cerebral irreversível”, explica Lumena.
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