O Banco de Olhos do Hospital João XXIII participa do XXXV Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que será realizado no ExpoMinas, de 24 a 27 de agosto. Trata-se do maior evento da Oftalmologia Brasileira e a expectativa é de 7.000 participantes de todo o país e do exterior.
A equipe do Banco de Olhos participa da programação científica, ministrando palestras e participando de mesas redondas, além de coordenar um curso específico sobre banco de olhos. O evento contará ainda, durante os quatro dias, com um stand para divulgar as informações sobre o trabalho realizado pelo Banco de Olhos da Fundação.
O Banco de Olhos do Hospital João XXIII é reconhecido nacionalmente pelo bom controle de qualidade e quantidade dos tecidos oculares doados para transplante. Trata-se de um banco de olhos público, montado pelo governo estadual com estrutura física e equipamentos financiados pelo Governo, incluindo o primeiro microscópio especular para banco de olhos instalado no Estado de Minas Gerais.
É responsável pela captação, preservação, avaliação e classificação de todos os tecidos oculares doados na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele recebe doações captadas nas regiões Leste (Governador Valadares) , Norte e Nordeste (Montes Claros) do Estado de Minas Gerais, onde ainda não existem bancos de olhos autorizados pelo Ministério da Saúde.
A Rede Fhemig ainda conta com outro banco de olhos no Hospital Regional João Penido, na cidade de Juiz de Fora. A Fundação é a única instituição do país que conta com dois bancos de olhos autorizados pelo Ministério da Saúde. O transplante de córnea é uma cirurgia com grande chance de sucesso e pode devolver a visão para muitos pacientes. Isso significa melhor qualidade de vida não somente para quem volta a enxergar, mas também para os seus familiares.
Para que a cirurgia possa ser realizada, é necessário que ocorra a doação de córneas. As córneas somente podem ser retiradas após o falecimento do doador, com até seis horas após a parada cardiorrespiratória (momento em que o coração para de funcionar). Podem ser captadas as córneas de pessoas com idade acima de 02 anos e não há limite superior de idade para a doação. Todas as pessoas podem doar suas córneas, mesmo nos casos de pacientes que usavam óculos ou apresentavam algum problema em outra estrutura do olho. A exceção é só para quem teve algum diagnóstico de doenças infecto-contagiosas graves, como AIDS e hepatite.
A importância da doação
Quando tinha apenas 15 anos, Carlos Roberto Pereira da Silva, já apresentava sintomas da Ceratocone, doença não-inflamatória degenerativa do olho na qual as mudanças estruturais na córnea causam distorções substancial da visão. Aos 18 anos, ele já não conseguia enxergar bem, nem com lente de contato. Auxiliar de enfermagem, Carlos sentia que a patologia prejudicava sua vida profissional.
Com o passar do tempo, todos os anos, no mês de julho, ele saía de licença, pois o tempo seco agravava os sintomas da doença. Em 2003, graças à doação de uma família, Carlos recebeu a córnea e, com menos de seis meses, conseguiu recuperar a visão e a vida normal que levava. “Acredito que esta doação que recebi é como um fruto colhido, porque quando minha esposa morreu autorizei a doação da córnea dela. Me senti muito feliz por ter doado e por ter conseguido a doação. Acho que todas as famílias deveriam se conscientizar sobre a importância de se realizar uma doação”, afirma Carlos.
Visite também a página do Congresso Brasileiro de Oftalmologia e saiba mais sobre o evento.
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