Fhemig e Corpo de Bombeiros alertam para riscos de queimaduras no inverno

"A Rede Fhemig, juntamente com o Corpo de Bombeiros  e a Associação dos Médicos Barulho fizeram uma grande mobilização nessa quarta-feira, 24 de junho, Dia de São João, para alertar sobre os riscos de queimaduras que ocorrem com mais frequência  nessa época do ano. Foi realizada uma ação de rua em frente ao Hospital João XXIII, com distribuição de folders e uma coletiva com a imprensa, quando foi mostrado que na grande maioria dos casos as queimaduras são perfeitamente evitáveis.
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A Rede Fhemig, juntamente com o Corpo de Bombeiros  e a Associação dos Médicos Barulho fizeram uma grande mobilização nessa quarta-feira, 24 de junho, Dia de São João, para alertar sobre os riscos de queimaduras que ocorrem com mais frequência  nessa época do ano. Foi realizada uma ação de rua em frente ao Hospital João XXIII, com distribuição de folders e uma coletiva com a imprensa, quando foi mostrado que na grande maioria dos casos as queimaduras são perfeitamente evitáveis.
 
As baixas temperaturas registradas no  inverno, aliada ao período de festas juninas, aumentam os riscos de  queimaduras com líquidos quentes, acidentes com fogos de artifícios,  álcool líquido e fogueiras. Segundo o coordenador da Clínica de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital João XXIII, o cirurgião plástico Carlos Eduardo Leão, o número de pessoas queimadas por álcool líquido é sempre grande em todas as épocas do ano, mas nesse período é registrado um aumento. De acordo com as estatísticas do Hospital João XXII, a maioria dos casos de queimadura é por álcool, seguido de líquidos superaquecidos.  Além disso, a maior causa de óbitos por queimadura é por álcool.

O cirurgião plástico faz um alerta para esta época do ano, quando as pessoas costumam usar o álcool líquido para acender fogueiras e churrasqueiras. “É que muitas pessoas comemoram as festas com churrascos e costumam jogar o líquido direto na churrasqueira. Nada justifica o uso deste produto, se com o próprio carvão já é vendido o álcool sólido, que é próprio para acender o carvão e não explode, apesar de inflamável”, ressaltou. Outro cuidado é com os líquidos quentes, como sopas, quentões, canjicas, entre outros.

Apenas o Hospital de Pronto Socorro João XXIII, que tem o maior centro público de tratamento de queimados da América Latina, atende uma média de 100 casos por dia entre novos doentes, pacientes já internados e retornos. São realizadas cinco cirurgias por dia. O dado mais impressionante é que 52% dos atendimentos representam acidentes domésticos perfeitamente evitáveis e 43% atingem crianças de zero a dez anos de idade.

Acidentes domésticos
Carlos Eduardo Leão disse que 52% dos acidentes com queimaduras são domésticos (óleo, chamas, água quente, explosão de gás e álcool líquido) e poderiam ser perfeitamente evitáveis. Destes, 80%, acontecem na cozinha.
Álcool líquido é o grande vilão e desde o início do ano vem sendo a primeira causa de queimaduras.
O major Carlos Fernandes, do Corpo de Bombeiros alerta que cozinha não é lugar de criança. Ele lembrou das inúmeras ocorrências que já atendeu com crianças acidentadas na cozinha.   e ressalta que nenhuma atividade combina com álcool líquido e aconselha que em caso de necessidade deve ser usado o álcool gel.
 
Primeiros socorros
Em todos os casos os primeiros socorros são os mesmos: usar apenas água fria no local do ferimento até encaminhar a vítima para o hospital. Qualquer outro produto, como pasta de dente ou óleo só piora o estado de saúde do paciente.
Carlos Eduardo explica que a água  resfria a lesão e acaba com o calor residual, que mina os tecidos, além de promover analgesia. Outra solução é usar uma toalha embebida em água fria. 
Existem os grandes, médios e pequenos queimados. Os primeiros são aqueles que tiveram acima de 25% do corpo queimado, seja qual for o grau das lesões. As queimaduras que atingiram de 15a 25% do corpo são de médio porte e as abaixo de 15% pequenas.  

Fogos de Artifício
O cuidado ao manusear fogos de artifício é fundamental para evitar acidentes.  De  janeiro a maio deste ano 16 pacientes deram entrada no HPS vítimas de fogos de artifício. Na grande  maioria das vezes, o acidente acontece com pessoas que normalmente não sabem manusear o foguete, não seguem as orientações do fabricante e muitas vezes estão alcoolizadas. A maioria das vítimas é adulto e do sexo masculino, e chega com lesões de mão e, em alguns casos, de olhos e boca. Existem situações em que a vítima perde dedos, a mão e até casos de cegueira. Nos casos de acidente com fogos de artifício,  deve-se envolver a área afetada com um pano limpo para conter o sangramento e jamais colocar qualquer tipo de produto. A vítima deve ser encaminhada para atendimento médico e transferida para um serviço especializado para avaliação do cirurgião plástico e cirurgião de mão.

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