Banco de Tumores Humanos já funciona no Hospital Alberto Cavalcanti

O primeiro Banco Mineiro de Tecidos e Tumores Humanos já está em  funcionamento no Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), da Rede Fhemig. Um dos seus objetivos é determinar o perfil genético de cada tumor, verificar seu modo de ação, para, posteriormente, beneficiar o tratamento do paciente oncológico. O primeiro Banco Mineiro de Tecidos e Tumores Humanos já está em  funcionamento no Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), da Rede Fhemig. A implantação começou em julho de 2007, mas desde outubro do ano passado é feita a coleta de amostras. Um dos principais objetivos é determinar o perfil genético de cada tumor, verificar seu modo de ação, para, posteriormente, beneficiar o tratamento do paciente oncológico. O Banco do HAC possui amostras de diversos tipos de tumores, como: mama, útero, ovário, gástrico, colon, melanoma e sarcomas. A partir de agora, também serão coletados tumores de próstata, de pele não melanoma e de cabeça e pescoço.
A biomédica e subcoordenadora do Banco de Tecidos e Tumores Humanos do HAC, Karine Sampaio Lima, afirma que antes de fazer qualquer pesquisa, o paciente é contatado e recebe explicações da equipe sobre o funcionamento do banco de tumores e implicações da doação de tecidos. Somente após a assinatura do termo de consentimento, é feita a retirada das amostras doadas, sendo que só podem ser colhidas se não causarem qualquer transtorno ao procedimento cirúrgico e nem atrapalharem a análise do tumor pelo patologista em laboratório.
Karine Lima explica que a coleta e o processamento da amostra são procedimentos rápidos, realizados fora do paciente, com duração inferior a  20 minutos, realizados após o cirurgião ter retirado o tumor do paciente conforme programado. Nesse processamento é feita a retirada de outros tecidos adjacentes para posterior fragmentação da amostra e sua utilização em pesquisas. O armazenamento do tecido tumoral é feito em nitrogênio líquido ou no freezer a 80 graus negativos.
Para a total implantação do Banco de Tumores e Tecidos, a Fhemig (convênio com FAPEMIG) adquiriu um criostato, equipamento que permite o congelamento a 100 graus negativos, e dois microscópios para realização de exames anátomo-patológicos e de imunofluorescência (marcador molecular que permite diagnóstico mais preciso), tanques de nitrogênio e outros equipamentos..
O projeto do banco de tumores faz parte de um projeto de pesquisa incremental através de um termo de outorga entre o Governo do Estado, por meio da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, assinado, no ano passado, com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), no valor de R$ 712,7 mil. A Fundação Ezequiel Dias (Funed) é parceira estratégica do projeto, que é coordenado pelo cirurgião oncológico e pesquisador Alberto Julius Alves Wainstein.
 “O Banco Mineiro de Tecidos e Tumores Humanos é o início de um arquivo organizado e produtivo para pacientes e pesquisas”. No país, acrescenta o cirurgião oncológico, o Hospital do Câncer de São Paulo e o Instituto nacional do Câncer - INCA estão bem estruturados. Outros estados também estão movendo-se nesta direção.
O Banco de Tecidos e Tumores trabalha com a coleta, estabelecimento de cultura celular, extração de RNA e DNA e congelamento das amostras dos tumores. Em uma outra etapa, serão iniciados testes com tumores mais prevalentes em homens e em mulheres. “Isso será necessário para tentarmos estabelecer um padrão genético dos tumores de nossos pacientes, poder definir o melhor tratamento e mesmo predizer efeitos adversos e a não resposta ao tratamento”.
Posteriormente, afirma Alberto Wainstein, a proposta é que o banco de tumores seja estendido para outras unidades da Rede Fhemig e outros hospitais. “O objetivo é ampliar a amostra e, com isso, gerar o maior número possível de informações científicas e clínicas, podendo beneficiar o maior número de pacientes que são o objetivo principal deste projeto”.