Centro Mineiro de Toxicomania lança livro neste sábado

O lançamento acontece neste sábado (28), das 11h às 14h, na Livraria Travessa, avenida Getúlio Vargas, 1.405, Savassi.  O livro é resultado de pesquisa que investiga a influência da rede de relações do paciente na adesão ao tratamento e na adoção de estratégias de redução de danos.


O Centro Mineiro de Toxicomania (CMT), da Rede Fhemig, e a ONG Terceira Margem lançam o livro REDES SOCIAIS: Reflexões sobre as redes informais dos usuários de álcool e de crack, neste sábado (28), das 11h às 14h, na Livraria Travessa, avenida Getúlio Vargas, 1.405, Savassi.  O livro é resultado de pesquisa que investiga a influência da rede de relações do paciente na adesão ao tratamento e na adoção de estratégias de redução de danos.

Na compreensão dos autores, o uso de drogas é uma escolha individual, mas que envolve a construção de uma rede social, composta por diferentes personagens que atuam interdependentemente.

Seja por meio de laços de solidariedade, confiança, pertencimento, conflito e exploração, ajuda na trajetória de vida, na busca de tratamento, na recuperação e na reinserção social. O uso e o abuso das substâncias psicoativas representam fenômeno relevante nas sociedades contemporâneas urbanas e interferem nos vários aspectos da vida cotidiana da população.

Livro
Os autores descrevem como os usuários de álcool e crack organizam suas redes informais de apoio, segurança e sobrevivência, a maneira como percebem as substâncias utilizadas, o tratamento das toxicomanias e as saídas para reduzir os danos que as referidas substâncias provocam em suas vidas.

A publicação reúne textos da organizadora da obra Regina Medeiros, do psicanalista Oscar Cirino, do sociólogo Radamés Andrade e da diretora do CMT, Raquel Pinheiro. O trabalho de campo foi feito com as redes sociais informais dos pacientes em tratamento no período de 2004-2008 no CMT.

Nesse estudo, participaram do levantamento os estagiários do curso de Ciências Sociais da PUC Minas. A pesquisa teve o financiamento do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde.

O primeiro capítulo do livro, elaborado pela organizadora, apresenta o perfil dos informantes da pesquisa e a composição das redes, os impasses e conclusões da pesquisa. No segundo texto, Radamés Andrade traz uma leitura sociológica das redes informais e o estudo de três casos por ele escolhidos.

No capítulo seguinte, o psicanalista Oscar Cirino elege a discussão sobre a terapêutica a partir do discurso dos pacientes e dos integrantes de sua rede de relações sobre o tratamento, o uso das drogas e sua repercussão sobre o corpo e os vínculos, articulando as políticas públicas e as instituições especializadas no tratamento das toxicomanias.

Já a diretora do CMT, Raquel Martins Pinheiro, aborda a redução de danos como estratégia política para o enfrentamento das situações decorrentes do uso problemático das substâncias psicoativas. E como os usuários pesquisados e sua rede informal estabelecem pontos de controle para o abuso.

Fenômeno contemporâneo

O uso da droga nos centros urbanos é ato coletivo e envolve a construção de uma rede social composta por diferentes personagens que atuam interdependentemente por meio de laços de solidariedade, confiança, pertencimento, conflito e exploração.

Essa rede não pode ser negligenciada por sua importância no cotidiano do indivíduo e pode exercer influência considerável como apoio e referência, não só na sua trajetória de vida como, também, na busca de tratamento, na recuperação e na reinserção social, atuando – de maneira positiva ou negativa – no processo terapêutico proposto no atendimento das toxicomanias num Centro de Atenção Psicossocial ad (CAPS ad). 

O livro abre um leque de possibilidades de novos olhares e percepções sobre o cotidiano da pessoa que faz uso de drogas.  “O leitor é convidado a um possível diálogo ético, crítico e responsável, entrelaçado entre diferentes saberes e mobilizando o debate público ampliado sobre as substâncias psicoativas e o verdadeiro sentido das drogas”, considera Regina Medeiros.