O transtorno mental em decorrência ao uso de álcool e outras drogas está entre os quatro tipos de diagnósticos mais freqüentes no Hospital Galba Velloso (HGV), da Rede Fhemig. De janeiro a setembro deste ano, a procura pelo serviço de urgência psiquiátrica associada às drogas respondeu por 21,85% de 6.827 atendimentos no Centro de Acolhimento de Crise (CAC). Em 2007, esse número representou 32,2% de 9.733 pacientes assistidos.
Para entender melhor este perfil de pacientes com transtorno mental associado às drogas, o HGV promove, nos dias 12 e 13 de novembro, o VII Seminário Clínico - “Drogas: possíveis intervenções”. O seminário é gratuito e aberto para profissionais da rede pública de atenção à Saúde Mental. O psiquiatra e antropólogo Antonio Nery Filho abre o evento e participa dos debates nas mesas redondas. Nery coordena o Centro de Estudos e Terapia de Abuso de Drogas e é professor da Universidade Federal da Bahia.
Os eixos de discussão do seminário são as implicações da droga na vida do sujeito e o papel da unidade de saúde nesses encaminhamentos. Os temas discutem a intervenção da droga “no social: da família à política”, “no corpo: efeitos das drogas, efeitos dos remédios”, “no sujeito: como a psicanálise trata” e “na Justiça: possíveis parcerias”. “Trata-se de uma série de questões que precisamos compreender, tanto a partir do contexto social contemporâneo, quanto do particular de cada sujeito”, afirma a psiquiatra e gerente Assistencial, Márcia Amaral Montezuma.
De acordo com a psiquiatra, a droga como epidemia do consumo é um fenômeno social contemporâneo. “Se anteriormente esses casos eram tratados em clínicas especializadas, atualmente, com o elevado índice de envolvimento com as drogas, eles têm representado um contingente importante em pacientes que necessitam das unidades psiquiátricas”, avalia.
Ainda segundo a psiquiatra, saber se foi a droga ou o transtorno mental que veio primeiro é secundário. “O sentido da nossa investigação é saber por que esse sujeito elegeu aquela droga, por que ele escolheu a toxicomania como sintoma, por que ele precisa dela, como ela se amarra na sua história, como ele pode vir a responsabilizar-se por essa escolha”, explica Montezuma.
O tempo médio para desintoxicação dos pacientes atendidos no Centro de Acolhimento de Crise (CAC) é de sete dias. Após esse período, ele é referenciado pelo hospital para um serviço do município. São 45 leitos estruturados para o paciente ter acesso às áreas físicas do hospital e ser acompanhado por um familiar 24 horas. Os pacientes com diagnóstico de esquizofrenia ou transtorno bipolar, por exemplo, e transtornos decorrentes das drogas são encaminhados para as enfermarias. Ao todo, o Hospital Galba Velloso conta com 145 leitos que acolhem o paciente em momento de crise em decorrência de transtornos psiquiátricos.
Outras informações sobre o seminário “Drogas: possíveis intervenções” podem ser obtidas pelo telefone (31) 3319-8908 ou pelo e-mail \n O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ""> O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. .
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