Será realizado no dia 5 de novembro, no salão nobre da Faculdade de Medicina da UFMG o curso de Morte Encefálica. O curso, que está sendo promovido pelo Núcleo de Ensino e Pesquisa do Hospital João XXIII, Complexo MG Transplantes, Serviço de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas e Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Hospital das Clínicas tem como principal objetivo divulgar o conceito de morte encefálica entre os médicos e, consequentemente, aumentar os transplantes no Estado, com redução da lista de espera.
Segundo o coordenador metropolitano do Complexo MG Transplantes, Sergio Lopes da Costa Teixeira, mais de quatro mil pessoas aguardam por um transplante de órgão ou tecido em Minas Gerais. Ele explicou que muitas vezes o médico não dá o diagnóstico por insegurança devido a falta de conhecimento adequado do protocolo da morte encefálica, cujos critérios já estão, inclusive, bem estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina desde 1997. O que também pode vir a trazer dificuldades na constatação da morte encefálica, segundo Sérgio Lopes, é a vocação do médico intensivista, se considerarmos que esse tem como principal objetivo a luta contra a morte, de forma que o fracasso da sua intervenção gera frustração.
Ainda de acordo com Sérgio Lopes, é importante que os médicos que atuam nas UTIs (Unidades de terapia intensiva) e/ ou CTIs (Centros de tratamento intensivo), onde se encontra a maior parte dos potenciais doadores de múltiplos órgãos, tenham também o conhecimento necessário sobre a manutenção adequada desses pacientes, para que no caso de uma doação, os órgãos captados sejam de boa qualidade, melhorando o resultado dos transplantes realizados.
Temas do Curso
O curso, que será aberto pelo presidente do Conselho Regional de Medicina de Mins Gerais, Hermann A. V. Von Tiesenhausen, tem como temas principais “Morte Encefálica – mitos e ciência , palestra que será proferida pelo médico neurocirurgião do Hospital João XXIII e Hospital das Clínicas Eric Grossi Morato e a “Manutenção do Potencial Doador, palestra da médica intensivista do Hospital João XXII Marildes Luiza de Castro Freitas.
Sérgio Lopes disse que o começo de um transplante parte do diagnóstico da morte encefálica: “Se fizéssemos o diagnóstico da morte encefálica sempre que possível, ainda que considerando as recusas por parte das famílias, teríamos mais órgãos para ofertar, o que levaria a uma redução significativa ou até mesmo a extinção da lista de espera de alguns órgãos”, ressaltou.
O curso, que será realizado das 19h30 às 21 horas do dia 5 de novembro, no salão nobre da Faculdade de Medicina da UFMG está sendo bastante procurado. Sérgio Lopes atribui a grande procura a uma maior conscientização da importância do tema, à divulgação para o público alvo, que são os profissionais da área de saúde que trabalham em CTIs e UTIs e também ao caso Eloá, de grande repercussão nacional, em que a adolescente de 15 anos, após a constatação da sua morte encefálica, teve os seus órgãos generosamente doados, pelos familiares a despeito de toda a tragédia.