Os ventos de inverno são propícios para uma atividade que muitas crianças adoram – soltar pipas ou papagaios nas ruas – mas a brincadeira, divertida para eles, pode ter consequências graves se a linha, usada para segurar a pipa no ar, for envolvida com a mistura de pó de vidro moído e cola, chamada de cerol.
Este ano, de janeiro até dia 9 de junho foram registrados 13 casos, sendo oito de janeiro a maio e 5 apenas na primeira semana de junho. E na maioria desses casos as vítimas são ciclistas e motociclistas, que, mesmo usando capacetes, ficam com o pescoço e mãos desprotegidos.
De acordo com Luiz Alberto Sabino, cirurgião plástico do HJXXIII, esse tipo de acidente costuma ser muito grave e pode ser fatal, principalmente porque o corte costuma ser na região cervical. “O pescoço preocupa porque é uma área de grandes vasos e artérias que, quando atingidas, causam sangramentos intensos e podem levar ao óbito na hora” afirma. Ferimentos mais leves ocorrem nas mãos e braços da vítima, no entanto, podem infeccionar e deixar cicatrizes eternas. Casos mais graves podem levar a perda do membro.
Ainda de acordo com Luiz Alberto, a única maneira de se evitar esse tipo de acidente é a educação por parte dos pais e crianças. Pois, muitas vezes, os próprios pais ajudam a preparar a mistura que os filhos vão usar para tentar cortar a pipa dos outras crianças. Já as vítimas, podem se proteger instalando antenas nas motos e bicicletas e usando luvas e roupas cobrindo a região do pescoço.