Reconhecido pela Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) como Centro de Excelência para tratamento de dependentes químicos, o Centro Mineiro de Toxicomania (CMT), da rede FHEMIG, vem trabalhando para difundir junto à sociedade que o problema da dependência tem cura e que os pacientes podem ser inseridos novamente no convívio social.
A diretora do CMT, Raquel Martins Pinheiro, explica que os projetos terapêuticos são sempre construídos a partir das questões singulares trazidas por cada usuário, e que o tempo de tratamento varia de acordo com a resposta do paciente. Ela informa que a unidade é cadastrada no Ministério da Saúde como um Centro de Atenção Psicossocial, voltado para o atendimento, no Sistema Único de Saúde, aos pacientes que apresentam uso abusivo/dependência de álcool e outras drogas.
O Centro Mineiro de Toxicomania tem capacidade para receber em tratamento 225 pacientes, sendo dotado de leitos de desintoxicação e repouso, espaço de permanência-dia, atendimentos individuais nas áreas de enfermagem, clínica médica, psicologia e psiquiatria, além das oficinas terapêuticas. Realiza reuniões com grupos de orientação a familiares de usuários de álcool e outras drogas. Segundo Raquel Martins Pinheiro, o CMT possui um banco de dados em constante atualização e, entre as muitas análises dos perfis dos pacientes atendidos, destaca-se um estudo comparativo entre os usuários de drogas e álcool.
Estatísticas
Em 2010, do total de 921 pessoas que procuraram tratamento no CMT, o percentual dos usuários de álcool foi menor (39,63%) em comparação com os seis primeiros meses deste ano (40,41%). Historicamente, desde 1997, os usuários de álcool mantiveram um percentual em torno de 40% e os usuários de crack, em torno de 30%. Contudo, este perfil vem se alterando gradativamente. Até 20 de junho deste ano, os usuários de crack (41,03%) ultrapassaram os usuários de álcool ( 40,41%). Os homens representam mais de 80% dos pacientes tratados pelo CMT, tanto em relação ao uso de álcool, quanto ao uso de crack. Em relação à escolaridade, o maior índice de usuários tanto de álcool quanto de crack se concentra entre os com 1º grau incompleto. No tocante à faixa etária, os usuários de álcool ficaram significativamente, em 2010, entre 18 e acima de 50 anos. Em 2011, entre 25 e acima de 50 anos.
Já os usuários de crack ficaram, em 2010, entre 13 e 49 anos e, em 2011, entre 25 e 50 anos. Quanto ao estado civil, em 2010, os usuários de álcool eram, em sua maioria, sozinhos, 61,64% (solteiro, divorciado, viúvo, separado). Este ano, só nos primeiros seis meses, esse número subiu para 69,38%. Entre os usuários de crack atendidos pelo CMT, em 2010, 71,53% eram sozinhos e este índice subiu para 76,30%, nos seis primeiros meses deste ano. De acordo com os dados, o perfil dos usuários de álcool atendidos pelo CMT é composto por homens, na faixa etária entre 25 e mais de 50 anos e sozinhos, que abandonaram os estudos no primeiro grau. Já os usuários de crack abandonaram a escola no primeiro e segundo graus, estão na faixa etária entre 25 a 50 anos e também são sozinhos.