Estado adota novas medidas para tratamento de H1N1

Foto: Vívian Campos
Foto: Vívian Campos
Com o objetivo de adaptar o protocolo clínico de atendimento para Síndrome Respiratória Aguda Grave e Influenza A H1N1 à situação epidemiológica atual, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizou ontem (18/07) uma reunião técnica com representantes de várias associações que agregam médicos.

Segundo o Subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Carlos Alberto Pereira Gomes, o protocolo tem como objetivo definir o fluxo de atendimento para pacientes com quadro suspeito para síndrome gripal aguda e H1N1.

"O tratamento com o Oseltamivir será disponibilizado para todos os pacientes que manifestarem os sintomas, os municípios já dispõem de estoques do medicamento e vão contar com uma referência técnica em cada um para orientar os procedimentos sobre a doença", destacou o Subsecretário.

Sobre a presença de uma referência técnica em cada município do estado para descentralizar as informações, o Subsecretário de Políticas e Ações de Saúde, Maurício Rodrigues Botelho, esclarece que: "a referência será responsável pela orientação sobre a doença. Em municípios maiores já existe atendimento 24h, mas em cidades menores haverá um profissional que poderá ser contatado a qualquer momento para orientar às pessoas em caso de suspeita", explicou Maurício Botelho.

O tratamento tardio ou incorreto pode ser o maior responsável pelas mortes por gripe A (H1N1). Por isso a principal modificação no protocolo será a disponibilização do tratamento com o Oseltamivir a todos os pacientes que apresentarem sintomas.

"O protocolo clínico de atendimento médico atual se refere ao ano de 2009, quando vivíamos uma pandemia da doença. Nesse período o medicamento era escasso e a doença uma novidade. Hoje a situação epidemiológica é completamente distinta. Conhecemos a doença; ela está controlada. E também possuímos grande quantitativo do medicamento", explicou o Subsecretário Carlos Alberto.

O médico infectologista da SES, Frederico Figueiredo, esclareceu que com o novo protocolo qualquer paciente com quadro clínico suspeito de gripe pode receber tratamento com oseltamivir, desde que haja indicação médica. "O médico pode prescrever o medicamento, independente de o paciente estar ou não no grupo considerado de risco ou se foi ou não vacinado. Também é importante que o tratamento comece em até 48h após o início dos sintomas", esclareceu.

Para o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), João Batista Gomes Soares, os médicos são atores importantes no processo, porque são eles que diagnosticam e orientam os pacientes. "Nesse cenário o CRM é um parceiro importante do Estado. Porque temos como mobilizar os profissionais", disse.

Medicamentos e informações

Renata Macedo, Superintendente de Assistência Farmacêutica, informou que para facilitar o acesso imediato aos tratamentos, os municípios terão estoques próprios dos medicamentos.

"Antes o município, em caso de suspeita da doença, solicitava o tratamento para o estado. Agora, os medicamentos estarão estocados no próprio município. Isso irá agilizar a disponibilização do tratamento aos pacientes", disse.

Para o presidente da Sociedade Mineira de Infectologista, Carlos Starling, a facilidade de acesso aos medicamentos "é essencial, para estimular o tratamento precoce e eficaz, evitando a evolução da doença a óbito".

Magali Araújo, assessora técnica do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems), disse que o "ponto mais importante dos novos procedimentos clínicos foi a descentralização dos medicamentos, possibilitando aos municípios um acesso mais rápido e direto".

Lincoln Lopes Ferreira, presidente a Associação Médica de Minas Gerais, disse que "o mais importante é que o protocolo estabeleça normas para garantir segurança na abordagem clínica da doença".

Erickson Gontijo, presidente da Sociedade de acadêmicos de medicina de Minas Gerais, elogiou a aproximação do estado com a universidade. "A inclusão do estudante é muito importante, porque podemos divulgar as informações entre recém-formados, por exemplo", disse.

Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais